Quais são as minhas opções de tratamento?
Seu médico irá orientá-la quanto às melhores opções para você. O tratamento conservador ou não-cirúrgico poderá ser tentado primeiramente. Ele consiste em alterações de hábitos de vida em geral tais como:
- Beber a quantidade de líquidos suficiente para urinar entre 4 a 6 vezes por dia (geralmente entre 1,5 a 2 litros). Aconselha-se o esvaziamento da bexiga a cada 3 horas para prevenção das perdas de urina.
- A manutenção do peso dentro de uma faixa saudável reduz a gravidade dos problemas de IUE.
- Evitar a obstipação e parar de fumar também podem ajudar.
Além destas medidas, o tratamento fisioterápico monitorado por profissional, geralmente uma fisioterapeuta especializada, tem demonstrado bons resultados no tratamento da incontinência urinária leve a moderada. Trata-se de uma forma muito eficaz de aliviar os sintomas de IUE, sendo que até 75% das mulheres apresentam melhora da perda urinária após 3 a 6 meses de prática regular.
A terapêutica pode incluir o treinamento vesical, a realização de exercícios perineais para fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico que geralmente encontra-se enfraquecida; pode ainda ser complementada por técnicas de eletroestimulação das raízes nervosas que inervam a bexiga e a uretra e influenciam diretamente a atividade muscular.
Eu realizei os exercícios, mas continuo com o problema. Quais as cirurgias estão disponíveis para mim?
Uma vez que o tratamento conservador não fora satisfatório, avalia-se a possibilidade de realização de procedimento cirúrgico. O objetivo da cirurgia é corrigir os pontos de fraqueza do suporte da uretra. Muitos cirurgiões preferem evitar a cirurgia até que a mulher não deseje mais ter filhos, já que as gravidezes futuras podem comprometer os resultados da cirurgia inicial.
“Slings” de uretra média
Antes de 1993 o tratamento da incontinência de esforço geralmente envolvia uma grande cirurgia, com incisão abdominal e tempo de recuperação mais prolongado. Atualmente, o tratamento mais comum envolve o uso de um “sling” ou faixa permanente que fica abaixo da porção média da uretra. A faixa promove apoio para a uretra evitando a perda de urina quando ocorrem tosses, espirros ou outros esforços.
As cirurgias de “sling” atuais são consideradas minimamente invasivas, permitindo recuperação mais rápida com menor risco e boa eficácia. O cirurgião realiza uma pequena incisão na vagina abaixo da uretra onde a faixa será posicionada. O “sling” pode ser inserido e apoiado por trás do osso púbico por meio de 2 pequenas incisões abdominais. Além disto, a faixa pode também ser ancorada no foramen transobturatório (atrás do osso ísquio) por meio de 2 pequenas incisões na virilha.
80-90% das mulheres submetidas aos “slings” apresentam cura ou melhora dos sintomas de incontinência após a cirurgia. A maioria das mulheres recupera da cirurgia durante um período de 2 a 4 semanas. Algumas mulheres apresentam dor ou desconforto na virilha por algumas semanas. É comum uma pequena quantidade de sangramento genital por até 7-10 dias após a cirurgia.
Agentes de preenchimento
Algumas variadas substâncias podem ser injetadas no esfíncter muscular da uretra para aumentá-lo de tamanho, e causando o fechamento ou a redução do calibre da uretra. A injeção destas substâncias é realizada por uma agulha inserida pela mucosa vaginal e uretra. É necessária a realização de anestesia para este procedimento, porém a anestesia local muitas vezes é suficiente. O procedimento é rápido. A sensação de queimadura ou incômodo ao urinar é comum após a cirurgia. Embora alguns cirurgiões obtenham bons resultados com esta técnica, sua eficácia é inferior à obtida com os “slings”. Às vezes as injeções precisam ser repetidas.
Figura representativa das cirurgias de sling