Exercícios regulares e intensos do assoalho pélvico ajudam a fortalecer estes músculos. A efetividade do tratamento da incontinência urinária de esforço (IUE) por meio de programas de treinamento muscular já é comprovada cientificamente.
Muitas mulheres perceberão melhora ou até o desaparecimento dos sintomas de perda de urina após aprenderem a fazer corretamente os exercícios, podendo assim evitar ou adiar uma cirurgia.
Para conseguir realizar corretamente a contração dos músculos do assoalho pélvico é necessário orientação específica, aprendizado e treinamento.
O fortalecimento dos músculos do períneo é realizado com exercícios específicos realizados na posição deitada, sentada e em pé, durante a caminhada, atividades domésticas e durante atividade física.
Algumas técnicas podem ajudar na realização dos exercícios tais como a eletroestimulação funcional, o epi-no e os cones vaginais, de acordo com orientação da fisioterapeuta (Figura 2).
Quando os exercícios são realizados com frequência, a contração se torna mais fácil de ser realizada, além de se tornar mais efetiva para segurar a urina, os flatos, e as fezes, contribuindo para melhora da sensibilidade da vagina e prazer durante a relação sexual, e prevenindo distopias genitais (a descida dos órgãos genitais - “bola na vagina”).
Como devo começar a exercitar o assoalho pélvico em casa?
É importante aprender a realizar corretamente os exercícios desde o início, contando com a avaliação periódica de seu fisioterapeuta. A maior parte das mulheres aprende a contrair e relaxar os músculos após algum treino e com orientação profissional.
1. Sente-se confortavelmente com os pés e joelhos afastados. Dobre o tronco de modo a apoiar os cotovelos sobre os joelhos. Lembre-se de continuar a respirar, mantendo a barriga, pernas e coxas relaxadas.
2. Imagine que está tentando evitar a perda de gases e urina ao mesmo tempo. Ao fazer isto, deve sentir um aperto e levantar a zona ao redor da vagina e ânus, puxando-os para dentro do corpo.
3. Uma boa maneira de saber se está indo bem é observar-se ao espelho. Pode deitar-se numa cama com um espelho colocado entre as pernas afastadas e com os joelhos dobrados. Ao contrair os músculos vai notar que a entrada da vagina vai subir e aproximar-se.
Com que freqüência devo fazer os exercícios do períneo?
Um profissional capacitado a orientará sobre a frequência e intensidade de seus exercícios.
Sua “série inicial” deverá ser determinada após avaliação, e encorajamos manter um diário de exercícios. Os exercícios devem ser feitos após esvaziar a bexiga.
Séries lentas: aperte ao máximo os músculos do assoalho pélvico sem usar os glúteos, as coxas ou os músculos abdominais. A seguir, mantenha a força durante o maior tempo possível até ao máximo de 10 segundos. Na seqüência, relaxe e descanse durante pelo menos o mesmo tempo da contração. Repita a seqüência “apertar, segurar e soltar” o numero máximo de vezes que conseguir (até um máximo de 12 repetições), 3 vezes durante o dia.
Séries rápidas: realize contrações musculares fortes de 2 segundos seguidas de relaxamento, que ajudarão os músculos a contrair rápido quando tiver que tossir, rir, praticar exercício físico ou carregar pesos. Repita a seqüência “apertar, segurar e soltar” o numero máximo de vezes que conseguir (até um máximo de 40 repetições), 3 vezes durante o dia.
Assim, com o treino muscular regular, o seu assoalho pélvico ficará mais forte e resistente. Sua série de exercícios poderá ser modificada progressivamente de acordo com as orientações do fisioterapeuta.
Em quanto tempo é possível ver resultados dos exercícios perineais?
A melhora geralmente será notada de 3 a 6 semanas após o início do tratamento, mas poderá levar até 6 meses para o pico dos efeitos. No entanto, NÃO DESISTA!!! É importante manter a força destes músculos.
O que posso fazer se não consigo contrair os músculos do assoalho pélvico?
Não é fácil realizar a contração correta desses músculos, uma vez que a maioria das mulheres nunca realizou essa contração e não consegue visualizar o movimento como se fosse uma flexão do braço, por exemplo.
Uma fisioterapeuta especializada na área poderá sugerir alguns tratamentos adicionais, como a utilização de eletroestimulação para ajudar no aprendizado da contração muscular, e ao mesmo tempo promover uma contração involuntária desses músculos ajudando o seu fortalecimento.
Algumas vezes, os músculos do assoalho pélvico não se contraem por causa de lesões nervosas, que acontecem, por exemplo, após um parto ou uma cirurgia. Cada mulher deve ser cuidadosa e constantemente avaliada antes e durante o tratamento, para aumentar as chances de sucesso do mesmo.