A avaliação do colo uterino inicia-se com a realização do exame ginecológico realizado por seu médico em consultório. O exame de rastreamento do câncer de colo é o dito “Papanicolaou” (colpocitologia oncótica). Nele, o médico retira cuidadosamente algumas células da região com uma escovinha e uma espátula, de modo a ser levada ao laboratório onde serão avaliadas as características destas células pelo microscópio.
Células normais significam que não há alterações sugestivas de processos pré-tumorais ou câncer. Caso haja alguma alteração nas células, o ideal é proceder a complementação da investigação com o exame de colposcopia.
A colposcopia consiste em exame realizado em laboratório ou consultório médico, na qual o médico fará um exame especular ginecológico habitual, e examinará o seu colo do útero com uma “espécie de microscópico” com aumento. Durante o exame, o médico usará algumas substâncias corantes, de forma a avaliar se há suspeitas de lesões. Caso necessário, o médico realizará uma pequena biópsia para ser analisada pelo médico patologista.
Deste modo, o exame de Papanicolaou com ou sem a colposcopia é o método de escolha de prevenção de câncer de colo uterino! O Papanicolaou deve ser realizado anualmente de modo geral em mulheres saudáveis. Em casos específicos tais como em vigência de tratamentos de inflamações ou lesões, acompanhamento de tratamentos prévios de lesões no colo, infecções por HPV (Papiloma vírus), etc... pode haver necessidade de avaliações periódicas mais precoces e frequentes.
A vacina...
A boa notícia é que já está liberada a vacina que previne contra quatro tipos de HPV, justamente os mais perigosos (conhecido como oncogênicos). A imunização é mais eficaz nas meninas que ainda não iniciaram a vida sexual e, portanto, não tiveram contato com nenhum subtipo do vírus. Mas, como há 200 tipos do vírus, o uso de preservativo durante as relações sexuais continua sendo uma recomendação importante para a prevenção da doença.
Não seria bom sempre fazer o exame de Papanicolaou mais frequentemente?
O câncer de colo de útero em pessoas saudáveis não se desenvolve de um dia pra outro. Muitas vezes, são necessários anos sem acompanhamento e sem tratamentos de lesões no colo do útero para que haja a evolução para um tumor.
Lesões precursoras do câncer de colo, ou que devem ser acompanhadas pelo risco de transformação maligna são: as atipias celulares e as neoplasias intra-epiteliais cervicais (NIC). As NICs podem ser, evolutivamente, dos graus I, II, III e IV. NIC III é considerada câncer in situ, ou seja, localizado e inicial. Atualmente, prefere-se a denominação de lesões de baixo e de alto grau, para diferenciar as lesões mais preocupantes, ao invés da terminologia NIC.
Como não dá sinais de sua chegada, o tumor pode passar despercebido. Os primeiros sintomas, como fortes sangramentos fora do período menstrual ou da menopausa, dores pélvicas ou durante as relações sexuais, costumam aparecer quando já está em estágio avançado.